O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) alertou para a colocação do
Brasil entre os países emergentes mais vulneráveis a choques externos e
disse que o cenário é desanimador. De acordo com indicador do Banco
Central Americano (FED), a economia do Brasil é a segunda pior em uma
lista de 15 nações emergentes.
“É muito grave essa colocação e mostra a deterioração das contas
públicas do país, a má condução da economia, má gestão das empresas
estatais, e que o governo Dilma, do ponto de vista do interesse dos
trabalhadores e dos empresários, vai de mal a pior”, alertou Hauly.
O país só está melhor que a Turquia e é seguido por Índia, Indonésia e
África do Sul –grupo que foi apelidado de “os cincos frágeis” pelo
banco americano Morgan Stanley. Para chegar a esse cálculo, o FED leva
em conta fatores como inflação nos três anos anteriores, fatia das
reservas externas em relação ao PIB, participação da dívida pública
bruta na comparação com o PIB e variação em cinco anos do crédito ao
setor privado (novamente como fatia do PIB). É importante reduzir essas
vulnerabilidades caso os países emergentes queiram se tornar mais
resistentes a choques externos.
Mas, para Hauly, a solução está na mudança do comando do governo.
“Não vejo alternativa a não ser a retirada desse grupo que está no poder
há 11 anos e tanto mal tem feito à economia e aos milhões de
brasileiros que se beneficiaram com o Plano Real e com a estabilidade
econômica”, apontou.
Segundo o FED, os mercados de países como o Brasil continuam a ter
vulnerabilidades econômicas e financeiras significativas. Esses países
vêm sofrendo desde maio do ano passado, quando o banco central americano
indicou que começaria a cortar os estímulos de US$ 85 bilhões iniciados
no fim de 2012. O corte só começou em dezembro, mas, nesse período, as
moedas de vários países emergentes, entre elas o real, sofreram forte
desvalorização em relação ao dólar. Investidores deixaram esses mercados
sob a expectativa do fim da “era do dinheiro barato” promovida pelos
EUA.
É por situações como essa, destaca Hauly, que o Brasil precisa ter
uma política econômica mais sólida. De acordo com ele, a condução tem
sido desastrosa e a questão central é mesmo o problema de gerência. “É
gerencial. Isso inclui as empresas públicas, como Petrobras e Eletrobras
e a condução errônea da política macroeconômica”, afirmou.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)
Nenhum comentário:
Postar um comentário