quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

“Os gays não são semideuses. A maioria é fruto do consumo de drogas”, diz Bolsonaro

O deputado federal e militar da reserva Jair Bolsonaro (PP) concede uma entrevista atrás da outra. Desde que se autoproclamou candidato à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ele entrou no olho do furacão. Os partidos de esquerda veem com receio a possibilidade de repetir um mandato ainda mais polêmico que o do pastor evangélico Marco Feliciano (PSC), mas Bolsonaro cresce diante da adversidade. A cada entrevista, eleva o tom das suas afirmações homofóbicas, elitistas, racistas e incitadoras da violência. Nesta entrevista ao EL PAÍS, ele conta que pretende ser o representante dos direitos humanos no Brasil. Chama a presidenta Dilma Rousseff de terrorista, considera os gays produto do consumo de drogas e defende a cadeira elétrica para os criminosos. As únicas minorias que ele pretende defender são as que ele considera "decentes": os cadeirantes, autistas e deficientes.
Veja aqui parte da entrevista:
Pergunta. O senhor não concorda que o homossexual tenha mais direitos que o heterossexual. Mas concorda que os homossexuais sofrem, além da violência endêmica do país, preconceitos e agressões pela sua condição?
Resposta. Os homossexuais querem se passar por vítimas, querem superpoderes. Qualquer homossexual que morre no Brasil, logo a mídia está dizendo que é homofobia. Há muitos que são mortos pelos próprios colegas ou em locais de prostituição, ou por overdose. Ao morrer, os ativistas dizem que é homofobia. No Brasil dez mulheres por dia são assassinadas por seus parceiros, isso é muito mais grave.
Os crimes de homofobia tem que ser tratados da mesma forma que qualquer outra morte. Quantos heterossexuais morrem por dia? Morrem muitos mais que homossexuais.
P. Mas se o povo fosse educado para respeitar a diversidade não teríamos menos mortes?
R. Não concordo. Quem pensa dessa maneira de respeitar é quem quer levar essa matéria para as escolas para transformar crianças de seis anos em homossexuais. Ao ponto que daí facilita a pedofilia no Brasil.
P. Mas você acha que uma pessoa se transforma em homossexual?
R. A imensa maioria vem por comportamento. É amizade, é consumo de drogas. Apenas uma minoria nasce com defeito de fábrica. Aqui no Brasil se tem a ideia de que quem for homossexual vai ter sucesso na vida. As novelas sempre mostram os gays bem sucedidos, que trabalham pouco e ganham muito, têm carrões...
P. Em troca, o noticiário mostra como os gays podem ser vítimas da sua condição...
R. Mas você... Você é gay por acaso?
- Não.
Ah, tudo bem. Já tem pena para isso. Se houver motivo fútil a pena é elevada, tem agravante. Mas vocês querem o quê? Levar a PLC122 (projeto que criminaliza a homofobia) ao Código Penal? Só porque alguém gosta de dar o rabo dele passa a ser um semideus e não pode levar porrada...?



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