O deputado federal e militar da reserva Jair Bolsonaro (PP) concede uma
entrevista atrás da outra. Desde que se autoproclamou candidato à
presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ele entrou no
olho do furacão. Os partidos de esquerda veem com receio a possibilidade
de repetir um mandato ainda mais polêmico que o do pastor evangélico
Marco Feliciano (PSC), mas Bolsonaro cresce diante da adversidade. A
cada entrevista, eleva o tom das suas afirmações homofóbicas, elitistas,
racistas e incitadoras da violência. Nesta entrevista ao EL PAÍS, ele
conta que pretende ser o representante dos direitos humanos no Brasil.
Chama a presidenta Dilma Rousseff de terrorista, considera os gays
produto do consumo de drogas e defende a cadeira elétrica para os
criminosos. As únicas minorias que ele pretende defender são as que ele
considera "decentes": os cadeirantes, autistas e deficientes.
Veja aqui parte da entrevista:
Pergunta. O senhor não concorda que o homossexual tenha
mais direitos que o heterossexual. Mas concorda que os homossexuais
sofrem, além da violência endêmica do país, preconceitos e agressões
pela sua condição?
Resposta. Os homossexuais querem se
passar por vítimas, querem superpoderes. Qualquer homossexual que morre
no Brasil, logo a mídia está dizendo que é homofobia. Há muitos que são
mortos pelos próprios colegas ou em locais de prostituição, ou por
overdose. Ao morrer, os ativistas dizem que é homofobia. No Brasil dez
mulheres por dia são assassinadas por seus parceiros, isso é muito mais
grave.
Os crimes de homofobia tem que ser tratados da mesma forma
que qualquer outra morte. Quantos heterossexuais morrem por dia? Morrem
muitos mais que homossexuais.
P. Mas se o povo fosse educado para respeitar a diversidade não teríamos menos mortes?
R.
Não concordo. Quem pensa dessa maneira de respeitar é quem quer levar
essa matéria para as escolas para transformar crianças de seis anos em
homossexuais. Ao ponto que daí facilita a pedofilia no Brasil.
P. Mas você acha que uma pessoa se transforma em homossexual?
R.
A imensa maioria vem por comportamento. É amizade, é consumo de drogas.
Apenas uma minoria nasce com defeito de fábrica. Aqui no Brasil se tem a
ideia de que quem for homossexual vai ter sucesso na vida. As novelas
sempre mostram os gays bem sucedidos, que trabalham pouco e ganham
muito, têm carrões...
P. Em troca, o noticiário mostra como os gays podem ser vítimas da sua condição...
R. Mas você... Você é gay por acaso?
- Não.
Ah,
tudo bem. Já tem pena para isso. Se houver motivo fútil a pena é
elevada, tem agravante. Mas vocês querem o quê? Levar a PLC122 (projeto
que criminaliza a homofobia) ao Código Penal? Só porque alguém gosta de
dar o rabo dele passa a ser um semideus e não pode levar porrada...?
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