-
O jornal Red Pepper,
da Uganda, publicou nesta terça-feira, 25, uma lista do que chamou de
"os 200 principais" homossexuais do país, expondo alguns ugandenses
que não haviam dito publicamente ser gays, um dia depois de o presidente do país, Yoweri Museveni,
ter sancionado uma severa lei contra homossexuais.
O tabloide publicou os nomes e
algumas imagens de pessoas que seriam gays em uma matéria de capa sob a
manchete "Expostos!". A lista inclui ativistas gays como Pepe Julian
Onziema, que já havia alertado que a nova lei antigay do país despertaria
violência contra homossexuais. Um popular astro de hip hop ugandense e um padre
da Igreja Católica também estavam na lista.
Poucos ugandenses se identificam como
gays publicamente. A matéria faz lembrar outra lista similar publicada em 2011
por um tabloide que não existe mais e que pedia a execução de homossexuais.
Um proeminente ativista dos direitos dos gays, David Kato, foi morto
depois que a lista de 2011 foi divulgada. Na época, ativistas disseram
acreditar que ele havia sido alvo de violência por seu trabalho na promoção dos
direitos de homossexuais no país. Um juiz condenou a exposição em um país onde
gays enfrentam descriminação, dizendo que isso significava uma invasão de
privacidade.
"A caça às bruxas da mídia está
de volta", escreveu em sua conta no Twitter Jacqueline Kasha, conhecida
ativista lésbica da Uganda, que está entre os listados na matéria publicada no
tabloide.
A nova lei antigay de Uganda pune as
relações homossexuais com sentenças que vão até prisão perpétua. Réus
primários podem ser condenados a 14 anos de prisão. O porta-voz da
polícia de Uganda Patrick Onyango disse nesta terça-feira que nenhum
homossexual foi preso desde que Museveni assinou a lei, mas que pelo menos duas
pessoas haviam sido detidas desde que legisladores aprovaram a lei em dezembro
passado. O ativista Pepe Onziema disse que havia contabilizado até seis prisões
e que mais de uma dezena de homossexuais ugandenses fugiram do país desde
dezembro por preocupações com a própria segurança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário