terça-feira, 30 de julho de 2013

Joaquim Barbosa em entrevista a Miriam Leitão


O presidente do STF disse que não é candidato a presidente da República e que seu nome vem aparecendo em pesquisas de intenção de voto por causa das manifestações espontâneas da população.
Segundo ele, que se define politicamente como alguém de inclinação social democrata à europeia, o Brasil precisa gastar melhor seus recursos públicos, com inúmeros setores que podem ser racionalizados ou diminuídos.
Da entrevista:
- Miriam perguntou se o presidente do STF é candidato à presidente da República: “Não. Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política. Não tenho laços com qualquer partido político. São manifestações espontâneas da população onde quer que eu vá. Pessoas que pedem para que eu me candidate e isso tem se traduzido em percentual de alguma relevância em pesquisas.”
-Miriam perguntou se o Brasil estaria preparado para um presidente da República negro? Barbosa respondeu: “Não... No momento em que um candidato negro se apresente, esses bolsões se insurgirão de maneira violenta contra esse candidato. Já há sinais disso na mídia. As investidas da “Folha de S.Paulo” contra mim já são um sinal. A “Folha de S.Paulo” expôs meu filho, numa entrevista de emprego. No domingo passado, houve uma violação brutal da minha privacidade. O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel modesto nos Estados Unidos.”
- Miriam perguntou com qual partido o presidente do STF se identifica com seu pensamento. Barbosa respondeu que é “um homem seguramente de inclinação social democrata à europeia. Como ampliar o Estado para garantir direitos de quem esteve marginalizado, mas, ao mesmo tempo, controlar o controle do gasto público para manter a inflação baixa?”
- Miriam questionou sobre a crise de representação política, que foi criticada pelo próprio Barbosa, que respondeu: “se traduz nessa insatisfação generalizada que nós assistimos nesses dois meses. Falta honestidade em pessoas com responsabilidade de vir a público e dizer que as coisas não estão funcionando.”
- Miriam questionou o prazo para análise dos recursos do mensalão, que Barbosa respondeu que vai anuncia o prazo no dia primeiro de agosto.
- Miriam quis saber se os réus do mensalão serão presos, o que não foi respondido pelo presidente do STF porque é impedido de falar sobre o assunto.
- Miriam questionou sobre a relação tensa com a imprensa e o presidente do STF, fazendo lembrar crítica de Barbosa aos jornalistas:  “Todos nós somos titulares de direitos, nenhum é de direitos absolutos, inclusive os jornalistas. Afora isso tenho relações fraternas, inúmeras com jornalistas.”
- Miriam Leitão questionou Joaquim Barbosa sobre sua posição frente às milhares de máscaras do seu rosto que foram utilizadas durante o Carnaval deste ano: “Foi simpático, mas, nas estruturas sociais brasileiras, isso não traz mudanças. Reforça certos clichês... Carnaval, samba, futebol. Os brasileiros se sentem confortáveis em associar os negros a essas atividades, mas há uma parcela, espero que pequena da sociedade, que não se sente confortável com um negro em outras posições.”
- Miriam perguntou se Barbosa teria sido discriminado pelo Itamaraty: “Discriminado eu sempre fui em todos os trabalhos, do momento em que comecei a galgar escalões. Nunca dei bola. Aprendi a conviver com isso e superar. O Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil.” Quando se referiu ao concurso para diplomacia, quando foi eliminado depois da entrevista feita pelo Itamaraty.


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