sexta-feira, 13 de março de 2015

Gabrielli disse inverdades, faz mal à CPI e fez mal ao Brasil

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), rechaçou duramente as afirmações do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli durante depoimento na CPI que investiga irregularidades na maior estatal do país. Segundo o tucano, a fala do ex-presidente da empresa nesta quinta-feira (12) demonstra ou conivência ou uma incompetência brutal. “O depoente não veio aqui para ajudar ninguém a não ser a si mesmo. Ele afronta a inteligência dos brasileiros e de todos que estão nesta CPI”, reprovou.
Para o tucano, Gabrielli mentiu durante seu depoimento. “Ele faz mal a essa CPI, assim como fez mal ao Brasil. É de uma cara de pau inaceitável. Veio aqui dizer inverdades”, criticou o tucano após ouvir uma série de rasas explicações de Gabrielli para situações como a compra da refinaria de Passadena, um dos negócios mais desastrosos da história da Petrobras.
Em suas afirmações, Gabrielli disse que era impossível detectar atos de corrupção dentro da empresa. De acordo com o petista, as negociações de propina eram feitas por “um ou outro” funcionário com representantes de construtoras, e não tinham relação com os “processos internos”. Afirmou ainda que não há corrupção sistêmica da estatal.
Mundo real x Mundo da fantasia - O deputado Bruno Covas (SP) identificou uma abismo entre as declarações de Gabrielli e do ex-diretor de Serviços da petroleira Pedro Barusco, que depôs na comissão dois dias antes.
“Vejo aqui que existem dois mundos; o de Barusco, no qual ele diz que a corrupção foi institucionalizada na Petrobras por volta de 2003, e o mundo de Gabrielli, que diz ter havido apenas uma distribuição do lucro ‘legítimo’ que as empresas recebiam entre algumas pessoas. Tenho tenho certeza que essa CPI vai identificar qual desses mundos é o mundo da realidade e qual é o da fantasia”, disse.
Ao ser questionado pelo parlamentar tucano se ele tinha conhecimento de que Barusco disse, na CPI, que houve pagamento de propina nas obras da Gasene, Gabrielli afirmou que tomou conhecimento das declarações. Ele disse ainda que a Gasene não é uma empresa de fachada e rebateu informações sobre indícios de irregularidades da Petrobras na constituição de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico (SPE), sobretudo as que giram em torno da Gasene (malha de gasodutos entre Icatu-BA e a região Sudeste).
As declarações do ex-presidente soaram como deboche diante de tantas evidências da existência de uma quadrilha que atuava no seio da empresa com a conivência e participação de diretores e empreiteiras. Gabrielli causou risadas, por exemplo, quando afirmou que a compra de Passadena foi um bom negócio.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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