O plenário da Câmara aprovou ontem (11,) por 267 votos a 28 e
15 abstenções, o requerimento assinados pelos líderes da oposição que
cria a comissão externa de deputados para ir à Holanda acompanhar
a investigação de denúncias de propina na Petrobras. O resultado é uma
derrota humilhante para o governo , que tentou impedir a instalação do
colegiado. Em meio à crise entre a base aliada e o Congresso, a maioria
dos partidos votou contra a orientação do Palácio do Planalto: PMDB,
Bloco do PR, PSB, PTB, PSC, PPMN. Na avaliação de deputados do PSDB, a
criação da comissão é uma vitória do país.
O líder tucano na Câmara, Antonio Imbassahy (BA),
afirmou que a votação é histórica. Segundo ele, os partidos aliados ao
Planalto se colocaram acima dos interesses da gestão petista. “Essa é
uma noite histórica. A Casa mostra para todo o Brasil que cumpre com
suas obrigações, principalmente a de fiscalizar e proteger a Petrobras. É
uma vitória do Parlamento e a derrota da presidente Dilma”, afirmou.
De acordo com o deputado, a petista deve ter a humildade de
reconhecer o fracasso. “A presidente Dilma fez de tudo para impedir a
votação e, assim, barrar a investigação. Mas não conseguiu. Foi um
placar humilhante e um recado claro da Câmara: no governo da presidente
Dilma assistimos ao saque da Petrobras e é preciso dar um basta nisso.
Que essa noite lhe sirva de lição”, declarou.
O líder da Minoria na Câmara, Domingos Sávio (MG),
destacou que o apoio dos partidos da base aliada foi fundamental para
aprovar a proposta. “Houve uma vitória do país, uma vitória do Congresso
e uma derrota fragorosa da presidente Dilma. Há uma denúncia de
corrupção sobre a maior empresa pública do Brasil e o governo se
recursou publicamente a investigar o assunto”, destacou.
O deputado Paulo Abi-Ackel (MG) criticou a tentativa
da petista de colocar o Congresso de joelhos diante do Executivo. “É
uma derrota da presidente Dilma, uma vitória do Brasil e do Congresso. É
uma reação à má gestão e a essa tentativa de colocar o Congresso de
joelhos diante da força do Executivo. Mesmo participando da base do
governo, os partidos se rebelaram contra esse estado de arrogância do
Executivo e votaram com a oposição”, ressaltou.
Vanderlei Macris (SP) criticou a intenção do governo
de inviabilizar a votação. “A denúncia é grave. A determinação
constitucional deixa claro que o Parlamento brasileiro tem obrigação de
fiscalizar”, completou.
O próximo passo é definir os detalhes da comissão, como número de
integrantes e o orçamento disponível. Os parlamentares indicados devem
visitar Holanda e os Estados Unidos. A ideia é que procurem as
autoridades desses países para tratar das denúncias. O PSDB vai indicar
o deputado Carlos Sampaio (SP) para integrar o grupo.
“Vamos escolher a dedo pessoas qualificadas. Não é para fazer
proselitismo, não é para viajar e não ajudar. É para trazer dados que
possam proteger a Petrobras”, disse Imbassahy.
O PT tentou, mais uma vez, impedir a votação. No início da sessão, o
partido apresentou um requerimento para retirar de pauta o pedido da
oposição para criar o colegiado. O requerimento foi rejeitado por 216
votos a 38 e 11 abstenções.
Em 25 de fevereiro, o PT tentou barrar a criação da comissão com um
requerimento que retirava o pedido de pauta. O plenário rejeitou a
manobra por 261 votos a 80, mas a votação foi adiada pelo presidente da
Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
No dia seguinte, a análise da matéria foi cancelada por falta de
quórum. Contrário ao requerimento apresentado pela oposição, o PT
mobilizou deputados fiéis ao Planalto para esvaziar o plenário e assim
evitar o número mínimo de parlamentares para as votações.
(Reportagem: Alessandra Galvão / Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)
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