O presidente do STF disse que não é candidato a presidente da República e que seu nome vem aparecendo em pesquisas de intenção de voto por causa das manifestações espontâneas da população.
Segundo
ele, que se define politicamente como alguém de inclinação social democrata à
europeia, o Brasil precisa gastar melhor seus recursos públicos, com inúmeros
setores que podem ser racionalizados ou diminuídos.
Da
entrevista:
- Miriam
perguntou se o presidente do STF é candidato à presidente da República: “Não.
Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política. Não tenho laços
com qualquer partido político. São manifestações espontâneas da população onde
quer que eu vá. Pessoas que pedem para que eu me candidate e isso tem se
traduzido em percentual de alguma relevância em pesquisas.”
-Miriam perguntou se o Brasil estaria preparado para um presidente da
República negro? Barbosa respondeu: “Não... No momento em que um candidato
negro se apresente, esses bolsões se insurgirão de maneira violenta contra esse
candidato. Já há sinais disso na mídia. As investidas da “Folha de S.Paulo”
contra mim já são um sinal. A “Folha de S.Paulo” expôs meu filho, numa
entrevista de emprego. No domingo passado, houve uma violação brutal da minha
privacidade. O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel
modesto nos Estados Unidos.”
- Miriam perguntou com qual partido o presidente do STF se identifica
com seu pensamento. Barbosa respondeu que é “um homem seguramente de inclinação
social democrata à europeia. Como ampliar o Estado para garantir direitos de
quem esteve marginalizado, mas, ao mesmo tempo, controlar o controle do gasto
público para manter a inflação baixa?”
- Miriam questionou sobre a crise de representação política, que foi
criticada pelo próprio Barbosa, que respondeu: “se traduz nessa insatisfação
generalizada que nós assistimos nesses dois meses. Falta honestidade em pessoas
com responsabilidade de vir a público e dizer que as coisas não estão
funcionando.”
- Miriam questionou o prazo para análise dos recursos do mensalão, que
Barbosa respondeu que vai anuncia o prazo no dia primeiro de agosto.
- Miriam quis saber se os réus do mensalão serão presos, o que não foi
respondido pelo presidente do STF porque é impedido de falar sobre o assunto.
- Miriam questionou sobre a relação tensa com a imprensa e o presidente
do STF, fazendo lembrar crítica de Barbosa aos jornalistas: “Todos nós somos titulares de direitos, nenhum
é de direitos absolutos, inclusive os jornalistas. Afora isso tenho relações
fraternas, inúmeras com jornalistas.”
- Miriam Leitão questionou Joaquim Barbosa sobre sua posição frente às
milhares de máscaras do seu rosto que foram utilizadas durante o Carnaval deste
ano: “Foi simpático, mas, nas estruturas sociais brasileiras, isso não traz
mudanças. Reforça certos clichês... Carnaval, samba, futebol. Os brasileiros se
sentem confortáveis em associar os negros a essas atividades, mas há uma
parcela, espero que pequena da sociedade, que não se sente confortável com um
negro em outras posições.”
- Miriam perguntou se Barbosa teria sido discriminado pelo Itamaraty: “Discriminado
eu sempre fui em todos os trabalhos, do momento em que comecei a galgar
escalões. Nunca dei bola. Aprendi a conviver com isso e superar. O Itamaraty é
uma das instituições mais discriminatórias do Brasil.” Quando se referiu ao
concurso para diplomacia, quando foi eliminado depois da entrevista feita pelo
Itamaraty.
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